sábado, junho 04, 2005

Não tem dia que eu não pense em você. Não, não que eu te queira novamente, mas eu gostaria de entender apenas uma coisa. No último dia, quando você deu a volta no quarteirão, desligou o motor do carro e disse que queria ficar mais tempo comigo, eu nunca imaginaria que aquilo fosse uma despedida. Eu sabia que algo estava errado, pois você me largava na via principal da estação do trem e saia para encontrar com os seus livros. Mas naquela tarde foi diferente. E eu gostaria de saber: Você foge sempre?
Enquanto não tenho a resposta, todos os dias me lembrarei de você até que um dia eu perceba que pela primeira vez você não resistiu e ficou.


Trilha:
Formato Mínimo (Skank)

Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima

Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo

Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos, gozaram rápido

Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida

O medo redigiu-se, ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela, o súdito
Desenhou-se a história trágica

Ele, enfim, dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo à vítima

Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico

Para ele, uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando, clínico
Da triste solidão, à rubrica