quinta-feira, julho 19, 2007

Os gritos e as expressões de dor dos familiares das vítimas do maior acidente aéreo brasileiro ocorrido nesta terça-feira, ainda martelam na minha cabeça. Não há dor maior do que perder alguém para sempre na vida.

Há um ano e meio perdi meu pai em decorrência da leucemia e a saudade continua gritante. É uma dor que não tem medida, explicação, definição. E ao ver essa tragédia que, de certa forma, está tão próxima de mim, meu coração fica pequenino, pedindo proteção. Vontade de ligar para meus amigos mais distantes, de enfim marcar aquele encontro tão adiando devido aos inúmeros compromissos, de ficar com quem eu amo...

Ontem liguei para uma amiga bem próxima, que também comentou isso. Marcamos de nos encontrar num bar em que íamos quase todas as noites há dois anos, quando ainda morávamos com nossa família.

É um misto de nostalgia e despedida. Sei lá. Um sentimento muito estranho dessa vontade quase infantil de estar com pessoas e fazer coisas que fico protelando. Talvez porque a morte rondou por aqui e essa seja a minha forma de mandá-la embora.

(Maria Fê em silêncio e muito chocada)