segunda-feira, agosto 13, 2007

Os teus olhos azuis já não são mais os mesmos. Eles não me dizem mais nada. Apenas me olham. Às vezes me reconhece; às vezes não passo de uma vaga lembrança.

Sei que começas a escapar entre os meus dedos e, pior, para sempre. Há um ano e meio, os olhos castanhos se fecharam para eternidade. E agora sinto que os teus é que se vão.

Do lá de cá, o mundo desmorona. A base não existe mais. A dor é tamanha que cupo os olhos verdes por ter largado as rédeas, o controle de tudo. Talvez eles não tenham culpa, mas eu insisto em apontá-los como covardes.

No meio de tanta dor escondida são os meus olhos negros que querem se fechar para essa visão que dá medo, que faz chorar.

(Maria Fê querendo voltar no tempo)